SESI passa a integrar a Rede Nacional de Ciência para a Educação
Em encontro anual de pesquisadores e educadores, Serviço Social da Indústria firma parceria com a rede e lança livro sobre neurociência.
Diretor de Operações do SESI e coordenador da Rede CpE anunciam parceria no V Encontro Anual da Rede Nacional de Ciência para Educação.
O Serviço Social da Indústria (SESI) agora é parte da Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE), associação que integra pesquisadores e laboratórios brasileiros de diferentes áreas que desenvolvem pesquisas para melhorar práticas e políticas educacionais.
“A temática educação nos é muito cara e, como organização ligada ao setor industrial, acreditamos na ciência como forma de melhorar processos, inclusive os educacionais. Pesquisar como o conhecimento é construído e como a aprendizagem acontece, do ponto de vista biológico, cognitivo, e social, é determinante para uma formação bem-sucedida”, destaca o diretor de Operações do SESI, Paulo Mol.
Assim como os especialistas da Rede CpE, o SESI encara como missão e desafio levar as conclusões desses estudos científicos para a sala de aula. Ao se tornar um parceiro, ele passa a ter contato próximo com os pesquisadores mais renomados do país, além de acesso ao que há de mais atual no campo científico ligado à educação.
O SESI também poderá apresentar, em eventos científicos da Rede, resultados de pesquisas e estudos realizados em suas mais de 500 escolas com seus 300 mil estudantes e 12 mil docentes e gestores. O termo de parceria foi assinado na última sexta-feira (18), durante o V Encontro Anual da Rede Nacional de Ciência para Educação, realizado no Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã.
Ao lado do Paulo Mol, o coordenador geral da Rede CpE, Roberto Lent, agradeceu e reconheceu a importância da parceria para intercâmbio de experiências e informações.
“Eu estou vendo com muita esperança essa parceria com o SESI porque temos muita coisa em comum. É uma organização aberta a novidades, à pesquisa, e podemos criar uma ponte, uma interface muito produtiva”, adianta o neurocientista.
Especialista do SESI lança livro sobre neurociência e educação
O SESI marcou presença no encontro anual da rede não só como parceiro e com colaboradores de diferentes estados, mas também como palestrante. A educadora e especialista da instituição, Ana Luiza Neiva Amaral, lançou um livro com a médica e neuropsicóloga Leonor Bezerra Guerra.
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“Nosso principal objetivo foi trazer o conhecimento neurocientífico que temos hoje para o contexto educativo. Para isso, reunimos 12 princípios da neurociência e 48 indicações para o professor colocar esses princípios em ação na sala de aula. Apresentamos também 22 tendências que estão reconfigurando a educação no mundo”, resume Leonor.
Na palestra, a neurocientista deu alguns exemplos de atividades para os docentes e adiantou uma das conclusões do estudo: “aprendizagem ativa requer elaboração e tempo para consolidação na memória”. Ana Luiza complementou afirmando que, para inovar na educação, é preciso partir do aluno, entendendo como seu cérebro funciona ao aprender.
“A neurociência nos diz que o cérebro é plástico e está se desenvolvendo a todo momento. E o grande motor desse desenvolvimento é a aprendizagem. É preciso rever nossas estratégias pedagógicas para alinhá-las aos princípios da neurociência. O primeiro passo é fugir do currículo enciclopédico e do excesso de atividades, pois essa “fórmula” vai na direção oposta de tudo que a neurociência preconiza”, aconselha a especialista do SESI.
Para um grupo do SESI de Minas Gerais que participou do encontro, essa aproximação com a academia vai trazer análises mais criteriosas da prática pedagógica. Assim que teve acesso ao livro da Ana Luiza e Leonor, o Departamento Regional fez uma tiragem e distribuiu para todos os diretores de escolas do estado.
“Alguns temas como aquisição da linguagem, metacognição e funções executivas foram muito abordados pelos palestrantes e são extremamente importantes em sala de aula hoje. Por exemplo, do jeito que a escola está configurada, ela tem uma necessidade de olharmos para a neurociência, para o funcionamento do cérebro, como ele aprende”, avalia Maicon Araújo, analista de projetos educacionais do SESI-MG.
Cátedra da Unesco reúne 15 pesquisadores de 11 países
Entre as atividades promovidas pela Rede CpE está a Cátedra UNESCO de Ciência para Educação. As cátedras são instâncias de produção e difusão de conhecimento nas áreas de atuação da organização internacional, cujo objetivo se aproxima ao da Rede: promover e incentivar cursos, seminários, eventos científicos e atividades de pesquisa.
A primeira reunião ocorreu na quinta-feira (17) e temas como habilidades cognitivas e socioemocionais do século XXI, cognição e autocontrole, aprendizado de matemática e inteligência artificial foram abordados. Veja como foi a programação. O encontro da Unesco com a Rede não poderia ser mais propício e Roberto Lent ressalta que o SESI terá papel fundamental no desenvolvimento das atividades do grupo.
“Com a Cátedra, que será operada no Brasil pela Rede CpE, nos tornamos uma rede internacional, com uma dimensão muito maior e conexões com 11 países”, comemora Lent.
Créditos da matéria: Portal Industria
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