Projetos da Escola SESI são premiados na Febrace; professor também é destaque na feira

Através do Laboratório de Iniciação Científica, a Escola SESI da Paraíba estimula o pensamento científico dos estudantes ainda na educação básica, fomentando a pesquisa nas áreas da ciência, engenharia e inovação. Resultado disso, são os prêmios anuais dos quais os alunos da instituição participam. Na última semana foi realizada, em São Paulo, a 21ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia - Febrace, onde foram apresentados cerca de 200 projetos de todo o país.

Entre os projetos finalistas, cinco foram da Paraíba e destes, três foram resultados de pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Iniciação Científica da Escola SESI, nas unidades de Bayeux, Campina Grande e Patos. 

O projeto “B-Plastik: análise de filmes bioplásticos a partir da fécula de tubérculos”, desenvolvido na Escola SESI de Bayeux pelos alunos Alexandro de Oliveira, Allana Gisela Borges e Ítalo dos Santos, sob orientação da professora Aline Alves, recebeu o Prêmio Destaque Sociedade Brasileira de Microbiologia. A pesquisa busca avaliar a obtenção de filmes biodegradáveis a partir da fécula de tubérculos, comparando suas propriedades e potencialidades de aplicações.

Além disso, o projeto “M-Plasfil: desenvolvimento de membrana para microfiltração e retenção de microplásticos”, desenvolvido na Escola SESI de Campina Grande, ficou em 3º lugar em na categoria Engenharia na Febrace, e com dois prêmios, o da Mostra Científica de Inovação, Tecnologia e Engenharia e o da Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, ambas as mostras afiliadas da Febrace. 

A pesquisa, foi desenvolvida pelas estudantes Maria Helena Dantas, Maria Luiza Souza e Maria Gabriely Félix, sob orientação dos professores Eduardo Adelino e Fabiana Medeiros, e tem o intuito de desenvolver uma membrana para a retenção de microplásticos presentes na água de abastecimento de residências de Campina Grande, utilizando argila montmorilonita, que por conta de suas propriedades, formadas por lâminas de alumínio e silício, que, ao se misturar com a água, expande o mineral.

O terceiro projeto da Escola SESI foi destaque nacional, durante a exibição do Jornal Nacional, na última quinta-feira, 23. A “casca canudo”, criada pelos alunos Rebecca dos Santos, Gabrielli da Nóbrega e Miguel Leite, sob orientação das professoras Janaina de Brito e Anni Mabelly Quiroga, utiliza um bioplástico a partir da casca de banana. 

Além dos prêmios para os estudantes, o professor Eduardo Adelino, da Escola SESI de Campina Grande, foi destaque na feira, ficando entre os melhores do ano. Foram mais de 60 professores inscritos, e apenas 10 tiveram a oportunidade de apresentar, no palco da feira, sua prática pedagógica no processo de orientação dos projetos. Eduardo Adelino foi um deles. “Fico feliz em participar do Prêmio Professor Destaque, porque esse prêmio busca reconhecer as melhores e mais efetivas metodologias no processo de orientação dos projetos. Estar entre os dez é saber que o seu método é eficaz e está sendo reconhecido a nível nacional. Isso reverbera nos alunos, porque eles acabam se sentindo representados também”, destacou o professor. 

“O ‘fazer ciência’ é uma responsabilidade social, já que a gente busca solucionar problemáticas do cotidiano de maneira a trazer resultados para a sociedade”, Eduardo

O objetivo desse prêmio é a troca de experiências, onde os professores apresentam suas metodologias para agregar aos métodos dos demais. “Por mais que seja uma competição, um dos objetivos desse prêmio é o compartilhamento. Se a minha prática pedagógica tem efetividade e dá resultados na aprendizagem dos alunos, a organização espera que a gente compartilhe isso com os demais. Então a gente sobe no palco com essa responsabilidade de partilhar conhecimento para incentivar os outros professores”, disse, completando que o processo de elaboração de projetos é importante porque possibilita a quebra de estigmas relacionados à ciência, como por exemplo, de que é uma área elitista ou que é totalmente masculina. “Esses estigmas são construções sociais que os alunos trazem consigo. Então, quando eles se colocam como cientistas e pesquisadores, eles percebem que o processo de produção de conhecimento científico não é aquilo que imaginavam. Eles se reconhecem como produtores de conhecimento e percebem que a ciência é acessível e deve ser inclusiva. Quando a gente trabalha o saber científico, a gente tem que trabalhar esses aspectos de relevância social, porque o ‘fazer ciência’ é uma responsabilidade social, já que a gente busca solucionar problemáticas do cotidiano de maneira a trazer resultados para a sociedade”, concluiu Eduardo.

A FEBRACE é a maior feira de ciências do país, responsável por fomentar a pesquisa científica, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica no país. A feira recebeu projetos de estudantes de instituições públicas e privadas de todo o país, que passaram por três etapas de avaliação.

O Laboratório de Iniciação Científica da Escola SESI - O laboratório foi criado em 2019 com o objetivo de estimular os alunos a realizarem pesquisas científicas ainda durante os anos de ensino básico. Centenas de alunos já participaram do LIC, que já acumula mais de 10 premiações das mais importantes feiras e mostras de ciência, em projetos realizados no laboratório. 

Texto/Colaboração | Igor Batista

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